08/09/2021

Poliomielite: tudo o que você precisa saber sobre essa doença que atinge principalmente crianças e seus métodos de prevenção

Saiba como a poliomielite afeta a saúde e como a vacinação em massa erradicou a doença em solo brasileiro.

Conhecida como paralisia infantil, a poliomielite tem afetado a humanidade e, principalmente, a vida de crianças desde a antiguidade. A única coisa que conteve essa doença foi o desenvolvimento da vacina no início do século XX.

Depois disso, a pólio foi erradicada em quase todos os países do mundo, incluindo o Brasil, por conta da vacinação realizada em grande escala. Porém, ela tem voltado a se tornar uma preocupação, devido ao baixo número de vacinados na população infantil nos últimos anos.

Pensando nisso, separamos algumas informações sobre essa doença tão perigosa, principalmente para crianças, para lembrar da importância da vacinação contínua, mesmo depois de erradicá-la do país.  

Poliomielite: como ela afeta nosso corpo?
Vacinação é a melhor prevenção!

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Poliomielite: como ela afeta nosso corpo?

Poliomielite: tudo sobre a doença e a vacina | Vaccine

A doença é transmitida pelo contato com fezes ou outras secreções de forma direta ou indireta, por alimentos e água contaminados. Ela pode levar à paralisia e é um risco muito sério, principalmente para crianças em desenvolvimento.

Na maioria das vezes, a poliomielite é assintomática, mas mesmo em casos leves ela pode causar algumas consequências como: 

Já quando a doença acomete o indivíduo de forma grave ou paralítica, os sintomas são:

  • instalação súbita de deficiência motora, acompanhada de febre;
  • agressão à musculatura dos membros, principalmente as pernas;
  • flacidez dos músculos e redução ou fim de reflexos na área paralisada;
  • paralisia como sequela, após 60 dias do contágio da doença.

Se a pessoa apresentar os sintomas, há alguns exames que podem apontar o diagnóstico da doença, como o exame de líquor para detectar o poliovírus nas fezes ou ainda a eletromiografia. 

Por isso, se uma criança de até 15 anos apresentar os membros soltos e moles, é essencial levá-la ao médico e realizar os exames para ter um diagnóstico precoce da doença. Assim, é possível evitar várias sequelas como:

  • dores e problemas nas articulações;
  • pé torto;
  • crescimento diferente dos membros inferiores;
  • escoliose;
  • osteoporose;
  • paralisia de uma ou ambas as pernas;
  • dificuldade ao falar e paralisia dos músculos da fala e da deglutição;
  • atrofia muscular;
  • hipersensibilidade ao toque.

A poliomielite causa o comprometimento do sistema nervoso e a paralisia ocasionada pela doença não tem cura. Seu tratamento é feito para reduzir o mal-estar, manter a qualidade de vida e recuperar o paciente. 

Por isso, a melhor maneira de evitar os sintomas graves da doença é pela vacinação. 

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Vacinação é a melhor prevenção!

Antes de 1954, quando a primeira vacina contra pólio entrou em uso, mais de 20 mil casos de poliomielite eram diagnosticados anualmente nos Estados Unidos. Após uma onda de vacinação infantil, houve uma redução de contágio da doença em até 70%, chegando a 5.894 casos em 1956.  E, em 1979, a pólio natural foi erradicada do país.

As pesquisas para a criação da vacina foram em grande parte financiadas pela própria população norte-americana, que, por meio de doações, clamava por um método de prevenção eficaz capaz de proteger principalmente a população infantil desta doença.

A eficácia da vacina atingiu também o Brasil, por meio do programa ampliado de imunização (PAI), feito pela ONU, em 1974, que procurou disponibilizar vacinas para todas as crianças do mundo. A adesão da Organização Pan-Americana de Saúde levou à erradicação da doença nas Américas em 1994, incluindo o Brasil.

Poliomielite: tudo sobre a doença e a vacina | Vaccine

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Nos dias de hoje, graças à intensa vacinação em massa promovida por políticas de saúde e sanitárias em níveis mundiais, a poliomielite teve sua incidência global reduzida em mais de 99%. Segundo a instituição Polio Eradication, apenas Afeganistão e Paquistão permanecem endêmicos para a doença.

No Brasil, a vacinação promovida pelo Ministério da Saúde conta com um planejamento de 2 doses de vacina inativada aos 2 e 4 meses de idade e mais 2 doses da vacina oral aos 6 e 15 meses de idade. Garantir o processo de imunização é necessário para que a doença não volte a causar sofrimento em vítimas da doença e familiares.

A vacina também é exigida para viajantes que visitarão os países em situação endêmica, a fim de manter a segurança do indivíduo e evitar a propagação do vírus em países já erradicados.

A obra cinematográfica Uma Razão Para Viver (2017) retrata a maneira avassaladora que essa doença ataca ao apresentar as mudanças na vida de Robin Cavendish (Andrew Garfield) em 1958, ao ser diagnosticado com poliomielite e sofrer de paralisia abaixo da cabeça como consequência.

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Devemos tomar a arte como referência e ensinamento e não deixar a vacinação de lado pelo fato de a doença já ter sido erradicada do país. Vacinar-se e, principalmente, vacinar a população infantil é necessário para que a doença continue fora de nossas vidas. 

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Foto de Leandro Andriani

por Leandro Andriani

Farmacêutico e Bioquímico, graduado no ano de 1995 atua no ramo de imunização a mais 20 anos. Vasta experiência no mercado farmacêutico. E sócio proprietário da Clínica Vaccine