26/01/2021

Posso confiar na vacina da COVID-19?

Entenda por que a vacinação contra o coronavírus é segura e necessária, e tire todas as suas dúvidas sobre a vacina da COVID-19.

Passamos por um ano difícil. A pandemia de coronavírus chegou ao Brasil no início de 2020 e, desde então, estamos lidando com uma realidade de isolamento social, sérios riscos à saúde, um número crescente de mortos e outras crises que vieram como consequências da doença.

Por isso, o sentimento mais presente na população do país – e até do mundo – é a vontade de voltar à normalidade. Um desejo de ver a COVID-19 se tornando coisa do passado, para podermos novamente sair e abraçar sem culpa.

Mas esse retorno não vai ser imediato e vamos precisar passar por um processo muito importante: a vacinação em massa contra o coronavírus.

Precisamos da vacina para todos. No entanto, muita gente tem receio com ela, principalmente por causa de uma forte campanha de desinformação e da divulgação de notícias falsas (fake news). 

É por esse motivo que preparamos este conteúdo, com explicações que vão sanar as principais dúvidas, mostrar a importância da vacinação e combater as fake news que estão colocando em risco a nossa saída da pandemia. 

Continua sua leitura e entenda os motivos para confiar na vacinação contra o coronavírus:

Nada de fé cega! Posso confiar na vacina do coronavírus?
A vacina da COVID é eficaz?
Como a vacina ficou pronta tão rápido?
A vacinação é segura?

Posso confiar na vacina do coronavírus?

Um dos argumentos mais comuns de quem é contra a vacinação envolve a afirmação de que a vacina não tem base científica comprovada. Difamadores dizem que as companhias estão se aproveitando do desespero da população para forçar todos a se vacinarem sem terem noção dos riscos e da eficácia desse processo.

No entanto, essa informação é completamente falsa. Ela se baseia na premissa mentirosa de que o processo de aprovação da vacina é algo obscuro e sem o devido acompanhamento científico.

Mas, pelo contrário, não faltam sites e organizações constantemente divulgando atualizações e novas notícias – claras e comprovadas – sobre o desenvolvimento da vacina.

Além disso, a comunidade científica está debruçada em peso sobre o problema, para encontrar uma solução que seja segura para todos. Afinal, o coronavírus tem sido causador de muito sofrimento, não apenas físico, mas também psicológico e econômico.

Isso significa que temos especialistas do mundo inteiro focados em garantir uma vacinação segura. Tanto que cada vacina que é anunciada passa por um amplo processo de verificação antes de ser difundida para o público.

Então é hora de deixar de lado a desinformação. Venha com as dúvidas que nós vamos te apresentar respostas comprovadas, seguras e completas para você construir a sua confiança em cima de fatos, e não de argumentos mentirosos.

A vacina da COVID é eficaz?

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A resposta é: sim, a vacinação contra a COVID-19 protege contra a doença. Contudo, é preciso levar em conta que essa proteção não é 100%.

De fato, segundo os estudos do Instituto Butantan, a vacina CoronaVac tem uma eficácia geral de 50,38%. Contudo, esse dado não pode ser visto apenas de forma isolada, como muitas pessoas desinformadas ou mal intencionadas estão fazendo para desacreditar a doença.

O estudo do Butantan mostrou também que a vacina tem uma eficácia maior contra os sintomas. Entre os vacinados que tiveram a doença, 78% não desenvolveram sintomas para ela.

E tem mais: no estudo a vacina se mostrou 100% eficaz em evitar casos graves e moderados. Ou seja: de todos os vacinados, nenhum precisou de internação.

Mas, na prática, o que isso significa?

Segundo informações organizadas pela BBC News Brasil, com apoio de profissionais da saúde, podemos saber que:

  • A pessoa que não tomar a vacina e for exposta ao vírus terá o dobro de chances de pegar a doença;
  • Quem não estiver vacinado e pegar a doença tem 5 vezes mais chances de precisar de atendimento médico.

Isso significa que, com a vacina, vamos diminuir drasticamente o número de pessoas doentes e, principalmente, a quantidade de pessoas internadas. 

Assim, podemos acabar com a superlotação de hospitais e os profissionais da saúde terão o tempo, o espaço e os equipamentos necessários para cuidar corretamente das pessoas que acabarem contraindo o vírus.

Como a vacina ficou pronta tão rápido?

Existe uma grande suspeita em torno da vacina por causa da velocidade com que ela foi desenvolvida. No entanto, existem motivos para explicar essa produção tão ágil para conter a pandemia.

Quase 20 anos de pesquisa

Quem pensa que a pesquisa para a vacina do coronavírus só começou em 2020 está profundamente enganado! Em 2002, a China enfrentou um surto da doença SARS, que é causada por um vírus da mesma família que está causando a pandemia.

Já em 2012, outro coronavírus apareceu no Oriente Médio, causando a doença conhecida como MERS.

Então, por mais que a COVID-19 seja uma doença nova, temos pelo menos 2 precedentes, e um deles vem sendo estudado há 18 anos. Esse conhecimento prévio ajudou muito a entender como funciona o coronavírus atual, sequenciar seu genoma e criar uma vacina.

Tecnologia existente

Você certamente sabe que a cada ano temos uma vacina diferente para a gripe, porque o vírus Influenza tem uma mutação muito rápida. No entanto, os laboratórios conseguem atualizar suas vacinas para conseguirem acompanhar essas transformações – tudo graças à base tecnológica, que só precisa ser adaptada anualmente.

Algo parecido aconteceu com o coronavírus. Nós já tínhamos uma tecnologia semelhante pronta, que se mostrou eficaz contra casos de Influenza e Zika. Então foi possível adaptá-la para o coronavírus, agilizando o processo.

Agilidade burocrática por causa da calamidade pública

A produção de uma vacina pode demorar anos, principalmente por causa da burocracia envolvida. Muitos processos precisam ficar um longo tempo esperando apenas para serem avaliados pelas pessoas responsáveis.

No entanto, com a situação da calamidade pública, os processos para aprovação do coronavírus “cortaram a frente” e foram feitos primeiro.

Isso não significa que o desenvolvimento tenha pulado etapas ou que elas tenham sido feitas às pressas. Essas etapas só não precisaram esperar muito tempo “na fila”.

Altos investimentos públicos e privados

O desenvolvimento de uma nova vacina envolve investimentos muito grandes. E muitas vezes os laboratórios têm dificuldades em conseguir esses valores, porque o investimento é de risco. Afinal, há sempre o perigo de que a vacina não passe nos testes e não seja aprovada.

Contudo, o coronavírus vem sendo um problema imenso para pessoas, para governos e também para empresas! Por isso, não está faltando investimento para buscar o desenvolvimento de uma vacina que resolva esse problema.

Número alto de infectados

Os testes de uma vacina podem demorar quando não há um número suficiente de infectados para provar a eficácia da imunização. Contudo, o triste fato de termos milhões de pessoas infectadas pela COVID-19 ajudou a agilizar esse processo, com um cronograma de testes mais rápido.

Esses são os principais motivos para já termos vacinas com o potencial de resolver o problema do coronavírus. Por isso, agora você já tem argumentos para contestar quando alguém disser que a vacina foi preparada “rápida demais” e por isso não poderia ser segura.

O desenvolvimento da vacina contra a COVID-19 vem seguindo todas as etapas necessárias e ainda está passando por testes constantes para ter o máximo possível de eficiência e o mínimo de riscos.

A vacinação é segura?

O último argumento contra a vacinação é o medo de que ela cause reações adversas. Ou seja, que as pessoas vacinadas sofram reações adversas.

Essa preocupação é válida! Todo tipo de vacina ou de medicamento pode ter efeitos colaterais. Tanto que a bula de um remédio está cheia de contraindicações e possíveis efeitos desagradáveis, não é?

No entanto, as pessoas não deixam de tomar remédios por isso! Afinal, a chance de um efeito colateral acontecer é muito pequena, porque o desenvolvimento de qualquer medicamento passa por um processo muito cuidadoso.

A produção da vacina contra a COVID-19 também teve esse cuidado. Muitos testes e processos foram feitos antes de liberar a vacina para a população. E, de fato, tivemos alguns casos de reação alérgica.

Contudo, o número de casos foi muito pequeno, comparado à quantidade de pessoas que passaram pela vacinação. Tanto que a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) afirmou que é muito mais provável a pessoa adoecer gravemente com a doença do que com algum problema causado pela vacina.

Além disso, as reações percebidas durante os testes também mostraram que pessoas com histórico de alergias graves devem evitar a vacinação. Por isso, é ainda mais importante que o restante da população se vacine, para garantir a segurança de quem não pode se imunizar.

Vale citar também: há várias notícias circulando por aí que falam sobre a morte de milhares de voluntários nos testes da CoronaVac. No entanto, isso já foi desmentido. Os testes da vacina só causaram reações leves em algumas pessoas. Você confere essa checagem em detalhes neste link: Estadão Verifica: efeitos colaterais da CoronaVac.

Em resumo: 

  • As vacinas já provaram sua eficácia em reduzir os casos no geral e, principalmente, diminuir as internações com a doença;
  • O desenvolvimento da vacina seguiu todas as etapas necessárias para garantir sua segurança;
  • Os efeitos colaterais da vacina são pequenos e os únicos casos graves acontecem quando a pessoa tem muita alergia a algum componente da fórmula.

Ainda tem dúvidas? Então entre em contato com a Vaccine!

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Foto de Leandro Andriani

por Leandro Andriani

Farmacêutico e Bioquímico, graduado no ano de 1995 atua no ramo de imunização a mais 20 anos. Vasta experiência no mercado farmacêutico. E sócio proprietário da Clínica Vaccine.