Depois de um ano de pandemia, isolamento social e um alto número de mortes quase todos os dias, finalmente temos a passagem para sair desse período tão difícil: a vacinação contra a COVID-19!
No entanto, agora que abrimos esse caminho, várias pessoas estão se negando a passar por ele. Está crescendo no Brasil – assim como em outros lugares no mundo – um forte movimento anti-vacina, composto por numerosas pessoas que se negam a aceitar a imunização contra o coronavírus.
E cada vez mais pessoas estão abraçando essa ideia. Segundo dados do Instituto Datafolha, o percentual de brasileiros dispostos a se vacinar era 89% em agosto de 2020. Mas em dezembro, esse número já havia caído para 73%.
Esse aumento na recusa da vacinação é bastante perigoso, e tem origem em campanhas antivacina que se baseiam em informações falsas, argumentos superados e na disseminação da ignorância.
Por isso, preparamos este conteúdo para que você entenda a importância que a vacinação tem e possa conhecer os argumentos para rebater a retórica antivacina. Leia mais:
Por que todos precisam se vacinar?
Os argumentos falsos antivacina
A importância da vacinação na erradicação de doenças
Por que todos precisam se vacinar?
A primeira coisa que precisa ser levada em conta sobre a vacina do coronavírus é a necessidade de que a população seja vacinada em massa.
Muita gente diz que a escolha sobre sua própria vacinação é algo pessoal, usando o argumento de que “minha saúde é problema meu”. No entanto, esse argumento não funciona na realidade de uma doença tão contagiosa.
Afinal, a única forma de conseguir controlar a propagação do coronavírus é alcançando um número bem alto de pessoas imunizadas contra ele. Assim, a circulação da doença diminui drasticamente.
Isso é importante principalmente considerando que algumas pessoas não poderão ser vacinadas. Um exemplo são mulheres grávidas, pessoas com alergias ou com outras contraindicações. Ao recusar a vacina, você vai colocar essas pessoas em risco.
Além disso, há o perigo de que o coronavírus seja um vírus de mutação fácil, como o Influenza, causador da gripe. Assim, se ele continuar circulando entre pessoas que não se vacinaram, é possível que logo surja uma variação resistente à vacina. Por isso é essencial que o maior número possível de pessoas busque a vacinação.
E isso não é só uma novidade do coronavírus. Todas as doenças que já foram erradicadas pela vacinação tem a mesma realidade. A imunização precisa ser para todos.
É essencial que haja um percentual alto da população vacinada – e esse número varia de acordo com a facilidade de a doença passar de uma pessoa para a outra.
Em entrevista divulgada na BBC News Brasil, o infectologista Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirmou que no caso do sarampo, por exemplo, é preciso ter cerca de 95% da população vacinada. Só assim é possível alcançar a imunidade e evitar novas contaminações.
Ainda não se sabe com certeza qual o percentual de pessoas que precisam ser vacinadas para conseguirmos a imunidade contra a COVID-19, mas a estimativa é que o percentual fique entre 70% e 80%.
Isso significa que a grande maioria da população precisa estar vacinada para podermos controlar a disseminação do coronavírus. E os movimentos antivacina só estão tornando essa missão cada vez mais difícil.
Os argumentos falsos antivacina
Quem é que nunca recebeu uma notícia no grupo da família, ou topou com um post no Facebook, falando sobre os terríveis perigos da vacinação? Quase todos já viram esse tipo de publicação, não é?
Isso prova que os movimentos antivacina tem um forte poder de propagação nas redes sociais! Muita gente vê essas notícias, não confere sua veracidade e começa a compartilhar, para tentar proteger a família e os amigos desse “grande perigo”.
E é aí que está o problema. Essa forte disseminação de informações falsas causa pânico e coloca em risco a nossa saída da pandemia.
Por isso, separamos alguns dos principais argumentos e estratégias dos movimentos antivacina, para você saber o que é real e o que é falso, e estar preparado para defender a vacinação:
“O coronavírus não é assim tão perigoso”
Esse argumento tem muitas variações. Há notícias falsas que dizem que a COVID-19 é uma invenção (dos comunistas, dos chineses ou de qualquer outro grupo). Outras informações dizem que a mídia está dando importância demais para uma doença que nem é tão problemática. E por aí vai…
Mas isso é falso. Só no Brasil, já registramos mais de 200 mil mortes, e isso sem falar na subnotificação e no número de pessoas que não morreram, mas ficaram com sequelas da doença.
A Agência Lupa preparou um estudo que dá uma noção melhor do impacto da doença. Confira: E se todos os mortos por COVID‑19 no Brasil fossem seus vizinhos?
“A vacina é perigosa”
Esse é um argumento muito comum nos movimentos antivacina e ele se baseia no risco de uma vacina ter reações adversas. Esse risco existe, no entanto, ele é muito menor do que esses movimentos fazem parecer.
De fato, o perigo da vacina do coronavírus causar uma reação negativa é imensamente menor do que o risco de você contrair a doença e acabar internado por causa dela.
Além disso, é preciso levar em conta que existe todo um processo de estudo, análise e testagem de qualquer vacina para garantir que ela seja realmente segura.
Também é importante citar que não há perigo de a vacina do coronavírus causar a COVID-19. Essa é uma informação falsa muito comum, inclusive sobre outras imunizações, como a da gripe. No entanto, todo o processo de desenvolvimento de uma vacina é feito com o cuidado para que isso não aconteça.
“A vacina contra o coronavírus não é eficaz”
Cada vez mais pessoas estão usando o argumento de que a eficácia da vacina é muito baixa, e que não adianta se vacinar. Mas essa informação está errada!
Considerando as informações da vacina CoronaVac, que foi a primeira a divulgar esses dados com precisão no Brasil, temos uma eficácia geral de 50,38%; eficácia contra os sintomas de 78%; e eficácia contra casos graves e moderados de 100%.
Na prática, isso significa que a pessoa que for vacinada tem a metade do risco de contrair a doença. E mesmo que contraia a doença, as chances de precisar de atendimento médico são 5 vezes menores!
Assim, podemos controlar a doença com muito mais facilidade, evitamos a superlotação de hospitais e os profissionais da saúde terão o tempo e os equipamentos necessários para cuidar de cada pessoa doente.
Ou seja: com uma vacinação geral, logo não precisaremos nos preocupar com os perigos do coronavírus.
“A vacina da COVID-19 ficou pronta muito rápido”
Esse é um outro argumento muito comum, que se baseia no fato de que as vacinas costumam levar anos para começarem a serem usadas. Enquanto isso, a vacina contra o coronavírus ficou pronta em apenas um ano.
No entanto, quem usa esse argumento não leva em conta que há pesquisas sendo desenvolvidas sobre esse tipo de vírus desde 2002, quando a China enfrentou uma doença parecida.
É preciso considerar também que a tecnologia base para o desenvolvimento dessa vacina já existia. Por isso, os cientistas precisaram apenas adaptá-la para o novo vírus.
Além disso, a burocracia no desenvolvimento da vacina contra a COVID-19 foi agilizada por causa do estado de calamidade pública. Em situações normais, o desenvolvimento de uma vacina pode ficar parado por meses, aguardando na fila para ser avaliado por pessoas que têm vários outros processos para aprovar.
Com a situação, a vacina da COVID-19 cortou a frente nessa fila. Isso significa que ela passou por todos os processos necessários, mas sem precisar ficar esperando.
Além disso, o desenvolvimento dessa vacina recebeu altos investimentos públicos e privados. Ter tanto dinheiro à disposição também agiliza os processos, permitindo que os cientistas tenham os melhores equipamentos e procedimentos para oferecer uma vacina de qualidade.
Posso confiar na vacina contra o coronavírus?
Se você continua na dúvida, confira nosso outro artigo que mostra por que a vacina da COVID-19 é confiável: Posso confiar na vacina da COVID-19?
A importância da vacinação na erradicação de doenças
Para comprovar a importância da vacinação contra o coronavírus, podemos falar sobre outras doenças que foram muito problemáticas no passado, mas acabaram controladas graças à obrigatoriedade da vacinação.
Quem é mais velho provavelmente conheceu os perigos da poliomielite, não é? Essa doença, também conhecida como paralisia infantil, que tinha milhares de casos todo ano e causava problemas muito sérios. No entanto, a doença foi erradicada do país por causa da vacinação – tanto que o último caso registrado no Brasil foi em 1989.
E esse é apenas um exemplo. Podemos falar também da varíola, da difteria e da rubéola – outras doenças perigosíssimas, que foram controladas pela vacinação.
Outro exemplo é o sarampo, que já mencionamos. Ele foi praticamente erradicado do Brasil, mas nos últimos anos muitas pessoas têm se descuidado da vacinação e surtos da doença começam a aparecer pelo país.
Isso prova que a vacinação é importantíssima em todas as idades e não pode ser deixada de lado. Principalmente agora, que estamos enfrentando uma epidemia de proporções mundiais.
Lembre-se: a sua vacinação vai proteger você, sua família, seus amigos e a sociedade como um todo!
Se tiver qualquer dúvida, você pode entrar em contato com a equipe da Vaccine. Somos especialistas em vacinação e estamos prontos para te ajudar a proteger quem você ama.